sábado, 22 de dezembro de 2012

PROSSEGUIMENTO NA LUTA







Filhos da alma:



            Que o Senhor nos abençoe!

            A criatura terrestre destes dias, guindada pela ciência e pela tecnologia a patamares elevados do conhecimento, ainda estorcega nas aflições do seu processo evolutivo.

            As conquistas relevantes logradas até este momento não conseguiram equacionar o problema da criatura em si mesma.

Avolumam-se os conflitos entre as nações apesar do esforço de abnegados missionários na área da política e da diplomacia internacionais.

Cresce o conflito entre os grupos sociais, nada obstante o empenho de dedicados seareiros do Bem, tornando-se pontes para o entendimento entre os grupos litigantes.

            O espectro da fome vigia as nações tecnológica e economicamente menos aquinhoadas, ameaçando de extermínio larga fatia da população terrestre, não se considerando os milhões de indivíduos que, sobrevivendo à calamidade, permanecerão com seqüelas inamovíveis.

            A violência urbana, por todos conhecida, atinge níveis quase insuportáveis. E apesar do sacrifício de legisladores abençoados pelo Mundo Espiritual Superior, cada dia faz-se mais agressiva e hedionda, sem arrolarmos os prejuízos dos fatores pretéritos que a desencadearam através dos impositivos restritivos à liberdade individual e das massas.

            Não podemos negar que este é o grande momento de transição do Mundo de Provas e de Expiações para o Mundo de Regeneração.

            Trava-se em todos os segmentos da sociedade, nos mais diferenciados níveis do comportamento físico, mental e emocional, a grande batalha. O Espiritismo veio para estes momentos, oferecendo os nobres instrumentos do amor, da concórdia, do perdão, da compaixão.

 Iluminou o conhecimento terrestre com as diretrizes próprias para o encaminhamento seguro na direção da verdade.         

            Ensejou à filosofia uma visão mais equânime e otimista a respeito da vida na Terra. Facultou à religião o desalgemar das criaturas humanas, arrebentando os elos rigorosos dos seus dogmas e da sua intolerância, a fim de que viceje a fraternidade que deve viger entre todas criaturas.

            Cabe a todos nós, aos espíritas encarnados e aos Espíritos-espíritas, a tarefa de ampliar as balizas do Reino de Deus entre as criaturas da Terra. Divulgar o Espiritismo por todos os meios e modos dignos ao alcance, é tarefa prioritária.

            A dor é colossal neste momento no mundo terrestre... E o Consolador distende-lhe as mãos generosas para enxugar as lágrimas e os suores de todos aqueles que sofrem, mas sobretudo, para eliminar as causas do sofrimento, erradicando-as por definitivo... E essa tarefa cabe à educação, criando nas mentes novas o pensamento perfeitamente consentâneo com o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, retirando as anfractuosidades teológicas e dogmáticas com que o revestiram, produzindo arestas lamentáveis geradoras de atritos e de perturbações.

            Não é possível mais postergar o momento da iluminação de consciência. E o sofrimento que decorre da abnegação e do sacrifício que nos deve constituir estímulos, são os meios únicos e eficazes para que seja demonstrada a excelência dos paradigmas e dos postulados da Codificação Espírita.

            As criaturas humanas estão decepcionadas com as propostas feitas pelo utopismo que governa algumas mentes desavisadas. Mulheres e homens honestos encontram-se sem rumo, cansados de palavras ardentes e de propostas entusiastas, mas vazias de conteúdo e de significação.

O Espiritismo, meus filhos, é a resposta do Céu aos apelos mudos ou não formulados mentalmente sequer, de todas as criaturas terrestres. Estais honrados com a bênção do conhecimento libertador. Estais investidos da tarefa de ressuscitar a palavra da Boa Nova, amortalhada pela indiferença ou sob o utilitarismo apressado dos que exploram as massas inconscientes, conduzindo-as para o seu sítio de exploração e de ignorância.

            Vós recebestes o chamado do Senhor para preparar a terra, a fim de que a ensementação da verdade faça-se de imediato. Unidos, amando-vos uns aos outros, mesmo quando discrepando em determinadas colocações de como fazer ou quando realizar, levai adiante o propósito de servir ao Mestre antes que o interesse de cada qual servir-se a si mesmo.

            Já não há tempo para adiarmos a proposta de renovação do planeta.

Conhecemos as vossas dificuldades pessoais, sabemos das vossas lutas íntimas e identificamos os desafios que se vos apresentam amiúde, testando-vos as resistências morais.

            Não desfaleçais! Os homens e as mulheres, a serviço do bem com Jesus, são as suas cartas vivas à Humanidade, a fim de que todas as criaturas leiam nas suas condutas o conteúdo restaurado do Evangelho, as colocações seguras dos Imortais e catalogadas pelo insigne mensageiro Allan Kardec.

            Uma nova mentalidade, uma mentalidade nova vem surgindo nos arraiais do Movimento Espírita. Cada lutador compreende a necessidade de mais integrar-se na atividade doutrinária, a fim de que, com mais rapidez se processe a Era de Renovação Social e Moral preconizada pelo preclaro mestre de Lyon.

            Não vos faltam os instrumentos próprios para o êxito, a fim de que areis as terras do coração humano, para que desbraveis as províncias das almas terrestres, porfiando nessa ação, sem temerdes, sem deterdes o passo e sem retrocederdes.

            Estais acompanhando Jesus que, à frente, continua dizendo: "Vinde pois a mim, vós todos que estais cansados e aflitos, conduzindo o vosso fardo e sob as vossas aflições, comigo esse fardo é leve e essas aflições são consoladas, porque eu vos ofereço a vida plena de paz e de felicidade".

            Avancemos pois, filhos da alma! Corações em festa, embora as lágrimas nos olhos; passo firme, inobstante os joelhos desconjuntados, Espírito erecto, não obstante o peso das necessidades. O Senhor, que nos ama, é nossa força e garantia de êxito.

            Nunca vos faltarão os recursos próprios, que vindes recebendo e que recebereis até o momento final e depois da jornada cumprida, para que desempenheis a missão que vos diz respeito hoje e quando a tivestes em épocas transatas e falhastes... Já não há tempo para enganos. A decisão tomada precede a ação da vitória, e com o amor no sentimento, o conhecimento na mente, tereis a sabedoria de permanecer fiéis ate o fim.

            Que o Senhor de Bênçãos vos abençoe, amados filhos da alma!

            São os votos dos vossos amigos espirituais que aqui estão convosco e do servidor humílimo e paternal de sempre,



Bezerra de Menezes.



Fonte: revista Reformador, da FEB, de maio de 2005




quarta-feira, 17 de outubro de 2012

PROGRAMAÇÃO DO 3º HUMANIZAR DE CAMPO GRANDE-MS



• Sexta-feira – 2 de novembro de 2012

• 18h00 às 19h00 – Cantar para Humanizar - Credenciamento

• 19h00 às 19h30 – apresentação artística (MUSICA ESPÍRITA REGIONAL)

• 19h30 às 20h00 – O que é o Humanizar? (Vital Arguelho Filho)

• 20h00 às 20h45 – Palestra de Lançamento do Livro Homossexualidade sob ótica do Espirito Imortal (Andrei Moreira)

• 20h45 às 21h00 - perguntas – autógrafos - fotos

• Sábado - 3 de novembro de 2012

• 13h30 às 14h00 – Cantar para Humanizar

• 14h00 às 17h00 – Seminário Homossexualidade sob ótica do espirito imortal – I – Andrei Moreira  (com intervalo a critério do facilitador)

• 18h30 às 19h00 – Cantar para Humanizar

• 19h00 às 19h30 – Coral Musical Emmanuel

• 19h30 às 20h30 – Seminário Homossexualidade sob ótica do espirito imortal – I – Andrei Moreira  (com intervalo a critério do facilitador)

• 20h30 às 21h00 – perguntas  - prece – autógrafos

• Domingo – 4 de novembro de 2012

• 08h30 às 09h00 – Cantar para Humanizar – café da manhã -

• 09h00  às 11h00 – Seminário Homossexualidade sob ótica do espirito imortal - III - (com intervalos a critério do facilitador)

• 11h00 às 12h00 – Encerramento do Humanizar 2012
Aviso Legal: A organização do evento se reserva o direito de alterar ou cancelar, sem aviso prévio, partes da programação por razões que estejam fora de seu controle. Por se tratar de um evento informal a comissão organizadora não pode ser responsabilizada por quaisquer perdas, danos, prejuízos ou inconveniências causadas por tais alterações ou cancelamentos. Isto inclui pacotes, assim como outras atividades direta ou indiretamente relacionadas ao evento.

NO AR...RÁDIO PORTAL DA LUZ

www.radioportaldaluz.com


3º HUMANIZAR - CAMPO GRANDE - MS




ouça o pod-cast sintonia e colabore enviando duas participações para contato@humanizarcg.com.br e curta a pagina www.humanizarcg.com.br

3º Humanizar de Campo Grande - MS com Andrei Moreira de Souza

www.humanizarcg.com.br

Oficina dos Sentimentos

Todo domingo as 19 horas, um tema diferente nas Oficinas.....

CENTRO ESPÍRITAS DE CAMPO GRANDE - MS


Associação Espírita Anália Franco
Av. Marechal Deodoro, 3048 - Jardim Tijuca - CEP 79094-000
fone: (67) 3025-2977 begin_of_the_skype_highlighting              (67) 3025-2977      end_of_the_skype_highlighting

Casa de Oração Fonte de Luz
Rua Pindaré Mirim, 55 - J. Belinatti - CEP 79103-580

Centro Espírita Ana Nery
Rua Dr. Dolor Ferreira de Andrade, 1.553 - B. Cel. Antonino - CEP 79010-260

Centro Espírita Caminheiros de Jesus
Chácara Estrela do Sul - B. Otávio Pécora
fone: (67) 3351-7071 e 3351-3242
Caixa Postal, 22 - CEP 79002-970
Presidente: Milton Ferreira dos Santos
2ª feira - 19:30hs: Palestra e Passes (trabalho aberto ao público)
3ª feira - 19:30hs: Desenvolvimento Mediúnico (trabalho privativo)
4ª feira - 19:30hs: Desenvolvimento Mediúnico (trabalho privativo)
5ª feira - 19:30hs: ESDE-Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita e Estudo Sistematizado da Mediunidade (turmas de estudo - informe-se da abertura de novas turmas)
6ª feira - 19:30hs: Palestra e Passes (trabalho aberto ao público)
Sábado - 14:00hs: Passe para crianças

Centro Espírita Caminho da Luz
Rua Ulysses Serra, 586 - Jardim Imá - CEP 79102-460

Centro Espírita Casa de Adair
Rua Fidelo Mariano de Almeida, s/n – Residencial Oliveira - CEP 79091-662

Centro Espírita Casa do Caminho
Rua Loiola, 343 - B. Tiradentes - CEP 79042-280


Centro Espírita Cristo Curador
Av. Bandeirantes, 3.158 - V. Bandeirantes - CEP 79006-000

Centro Espírita da Fraternidade
Rua Saboarama, 268 – Coophatrabalho - CEP79115-110

Centro Espírita Discípulos de Jesus
Rua Maracajú, 244/250 – Centro - CEP 79002-210
fone: (67) 3321-9554 e (67) 3383-3936

Centro Espírita Emmanuel


www.centroespiritaemmanuel.com.br
Rua dos Ferroviários, 1.126 - B. Cabreúva - CEP 79008-420
fone: (67) 3325-2028

Centro Espírita Fé, Amor e Caridade
Rua 24 de Outubro, 277 - V. Glória - CEP 79004-400
fone: (67) 325-0947

Centro Espírita Humildade, Amor e Luz
Rua das Paineiras, 247 - B. São Francisco - CEP 79010-070

Centro Espírita Irmãos do Caminho
Rua da Praia, 165 - B. Coophavila II - CEP 79097-070

Centro Espírita Ismael
Rua Arlindo de Andrade, 186 – Centro – CEP 79008-370

Centro Espírita Jesus de Nazaré
Centro Educacional Infantil "Camille Flammarion"
Rua do Hipódromo, 596 - B. Piratininga - CEP 79081-100


Centro Espírita Luz no Caminho
Rua Humberto Fernandes Lino, 256 - Jd. Colibri - CEP 79071-091

Centro Espírita Marcos Ribeiro
R. Canindé, 143 - Tiradentes
Campo Grande - MS
CEP 79042-060
Atividades:
2ª feira: 18:45 as 20:00hs - Desobsessão e Cura
4ª feira: 18:45 as 20:00hs - Desenvolvimento Espiritual
6ª feira: 18:45 as 20:00hs - Passes
Sábado: 18:00 as 20 horas - ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita
Domingo: 8:00 as 11:00hs - Evangelização Infantil - Passes - Sopa Fluidificada

Centro Espírita Maria de Magdala
Rua Jerônimo de Albuquerque, 2.778 - B. Nova Lima - CEP 79017-121
fone: (67) 3354-9618

Centro Espírita Nosso Lar
Rua Teodoro Roosevelt, 490 - Jd. Novo Belo Horizonte - CEP 79116-191
fone: (67) 365-2591

Centro Espírita O C Guias
Rua Raul Bopp, 47
Conj Res Universitar

Centro Espírita Obreiros do Bem
Rua Albert Sabin, 2.193 - Jd. Anahy - CEP 79090-160
contatos com o Presidente, Sr. Jeoversom
fone: (67)
3383-4409
e-mail para contato: avm.avm@hotmail.com

Centro Espírita Oficina do Amor
Rua Presidente Rodrigues Alves, 388 - B. Santo Antonio - CEP 79112-350

Centro Espírita Renovando Atitudes
Av. Centaurea, 532 - Bairro Cidade Jardim
Campo Grande-MS
fone: (67) 9250-0828 - e-mail: goes.correia@gmail.com

Centro Espírita São Francisco de Assis
Rua Bom Sucesso, 845 – B. Jockey Clube - CEP 79080-280

Centro Espírita Sementes de Luz
Rua do Campo, 42 - B. Taquarussu - CEP 79041-070


Centro Espírita Unidos de Mãos Dadas
Rua Flamengo, 499 - J. Canadá - CEP 79112-230

Comunhão Espírita Casa de Scheilla
Rua Ourinhos, 297 - V. Carvalho - CEP 79005-270

Cruzada dos Militares Espíritas MT/MS
Rua dos Andradas, 483 - B. Santo Antônio - CEP 79100-190

Grupo de Estudos Espíritas Jesus no Lar

Travessa Corumbaíba, 6 - TV Morena
atendimento público: 2ª feira - 19 horas

Grupo de Prece Eurípedes Barsanulfo
Rua Ipiranga, 2 - V. Planalto
palestra e atendimento público: 4ª feira - 19:30 horas

Grupo Espírita A Caminho da Luz
Rua Joaquim Tomaz Ribeiro, 97 – Coophasul - CEP 79116-180

Grupo Espírita Irmãos do Além
Rua Ranieri Mazzilli, 41 - fundos - CEP 79112-500

Grupo Espírita José de Anchieta
Rua São Paulo, 399 - B. São Francisco - CEP 79010-050

Grupo Espírita Lázaro Maciel
Rua Evaristo de Moraes, 563 - B. Santo Antonio - CEP 79100-360

Grupo Espírita Missionários da Luz
Rua Presidente Dutra, 597 - B. Monte Castelo - CEP 79011-160

Grupo Espírita Sementes de Amor
Av. Eng. Amélio de Carvalho Baís, 2950 – B. José Pereira - CEP 79112-380

Lar Espírita Maria Madalena
Rua Pasteur, s/n - Bairro Piratininga - CEP 79081-070

Núcleo Espírita Paulo de Tarso
Rua Aguiar Pereira de Souza, 36 - Vila Progresso - CEP 79050-430

Sociedade Educacional Constantino Lopes Rodrigues
Rua 11 de Setembro, 91 - V. Rosa Pires - CEP 79004-350

Sociedade Espírita Bezerra de Menezes
Rua Silveira Martins, 700 - Vila Alba - CEP 79100-450

Sociedade Espírita Castro Alves
Rua Alexandre Farah, 255 - B. Amambaí - CEP 79005-380



Sociedade Espírita Maria de Nazaré
Rua Sodré, 209 - Vila Quito - CEP 79005-160
fone: (67) 3382-4277

União Espírita André Luiz
Rua José Antonio, 2550 - Bairro São Francisco - Campo Grande - MS
http://uealcampogrande.blogspot.com/


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

REAPROVEITANDO ROLO DE PAPEL HIGIENICO

Life Made Creations: Halloween Treats Tutorial: I love getting ready for Halloween.  The decorating, the costume making, ...the CANDY!  Ok, yup that might be my most favoritest part. ...

domingo, 10 de junho de 2012

O abraço

Estudos têm revelado que a necessidade de ser tocado é inata no homem. O contato nos deixa mais confortáveis e em paz.
O Dr. Harold Voth, psiquiatra da Universidade de Kansas, disse: O abraço é o melhor tratamento para a depressão.
Objetivamente, ele faz com que o sistema imunológico do organismo seja ativado.
Abraçar traz nova vida para um corpo cansado e faz com que você se sinta mais jovem e mais vibrante.

No lar, um abraço todos os dias reforçará os relacionamentos e reduzirá significativamente os atritos.
Helen Colton reforça este pensamento: Quando a pessoa é tocada, a quantidade de hemoglobina no sangue aumenta significativamente. Hemoglobina é a parte do sangue que leva o suprimento vital de oxigênio para todos os órgãos do corpo, incluindo coração e cérebro.
O aumento da hemoglobina ativa todo o corpo, auxilia a prevenir doenças e acelera a recuperação do organismo, no caso de alguma enfermidade.
É interessante notar que reservamos nossos abraços para ocasiões de grande alegria, tragédias ou catástrofes.
Refugiamo-nos na segurança dos abraços alheios depois de terremotos, enchentes e acidentes.
Homens, que jamais fariam isso em outras ocasiões, se abraçam e se acariciam com entusiasmado afeto, depois de vencerem um jogo ou de realizarem um importante feito atlético.
Membros de uma família, reunidos em um enterro, encontram consolo e ternura uns nos braços dos outros, embora não tenham o hábito dessas demonstrações de afeição.
O abraço é um ato de encontro de si mesmo e do outro. Para abraçar é necessário uma atitude aberta e um sincero desejo de receber o outro.

Por isso, é fácil abraçar uma pessoa estimada e querida. Mas se torna difícil abraçar um estranho.
Sentimos dificuldade em abraçar um mendigo ou um desconhecido. E cada pessoa acaba por descobrir, em sua capacidade de abraçar, seu nível de humanização, seu grau de evolução afetiva.
É natural no ser humano o desejo de demonstrar afeição. Contudo, por alguma razão misteriosa, ligamos ternura com sentimentalidade, fraqueza e vulnerabilidade. Geralmente hesitamos tanto em abraçar quanto em deixar que nos abracem.
O abraço é uma afirmação muito humana de ser querido e de ter valor.
É bom. Não custa nada e exige pouco esforço. É saudável para quem dá e quem recebe.
*   *   *
Você tem abraçado ultimamente sua mulher, seu marido, seu pai, sua mãe, seu filho?
Você costuma abraçar os seus afetos somente em datas especiais?
Quando você encontra um amigo, costuma cumprimentá-lo simplesmente com um aperto de mão e um beijo formal?
A emoção do abraço tem uma qualidade especial. Experimente abraçar mais.
Vivemos em uma sociedade onde a grande queixa é de carência afetiva.
Que tal experimentar a terapia do abraço?

Redação do Momento Espírita, a partir de adaptação do texto A importância do abraço, do Prof. Jorge Luiz Brand e Rolando Toro Araneda, Biodança, coletânea de textos.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 2, ed. Fep.
Em 05.12.2011.

Os Girassóis

Você já viu um girassol?
Trata-se de uma flor amarela, muito grande, que gira sempre em busca do sol. E é por essa razão que é, popularmente, chamada de girassol.
Quando uma pequena e frágil semente dessa flor brota em meio a outras plantas, procura imediatamente a luz solar.
É como se soubesse, instintivamente, que a claridade e o calor do sol lhe possibilitarão a vida.
E o que aconteceria à flor se a colocássemos em uma redoma bem fechada e escura?
Certamente, em pouco tempo, ela morreria.
*   *   *
Assim como os girassóis, nosso corpo físico também necessita da luz e do calor solar, da chuva e da brisa, para nos manter vivos.
Mas não é só o corpo físico que precisa de cuidados para prosseguir firme. O Espírito igualmente necessita da Luz Divina para manter acesa a chama da esperança.
Precisa do calor do afeto, da brisa da amizade, da chuva de bênçãos que vem do alto.
Todavia, é necessário que façamos esforços para respirar o ar puro, acima das circunstâncias desagradáveis que nos envolvem.
Muitos de nós permitimos que os vícios abafem a nossa vontade de buscar a luz, e definhamos dia a dia como uma planta mirrada e sem vida.
Ou, então, nos deixamos enredar nos cipoais da preguiça e do desânimo e ficamos a reclamar da sorte, sem fazer esforços para sair da situação que nos desagrada.
É preciso compreender os objetivos traçados por Deus para a elevação de Seus filhos, que somos todos nós.
E para que possamos crescer, de acordo com os planos divinos, o Criador coloca à nossa disposição tudo o de que necessitamos.
É o amparo da família, que nos oferece sustentação e segurança em todas as horas...
A presença dos amigos nos momentos de alegria ou de tristeza a nos amparar os passos e a nos impulsionar para a frente.
São as possibilidades de aprendizado, que surgem a cada instante da caminhada, tornando-nos mais esclarecidos e preparados para decidir qual o melhor caminho a tomar.
Mas, o que acontece conosco quando nos fechamos na redoma escura da depressão ou da melancolia e assim permanecemos por vontade própria?
É possível que, em pouco tempo, nossas forças esmoreçam e não nos permitam, sequer, gritar por socorro.
Por essa razão, devemos entender que Deus tem um plano de felicidade para cada um de nós e que, para alcançá-lo, é preciso buscar os recursos disponíveis.
É preciso imitar os girassóis. Buscar sempre a luz, mesmo que as trevas insistam em nos envolver.
É preciso buscar o apoio da família, nos momentos em que nos sentimos fraquejar.
É preciso rogar o socorro dos verdadeiros amigos quando sentimos as nossas forças enfraquecendo.
É preciso, acima de tudo, buscar a Luz Divina que consola e esclarece, ampara e anima em todas as situações.
*   *   *
Quando as nuvens negras dos pensamentos tormentosos cobrirem com escuro véu o horizonte de tuas esperanças, e o convite da depressão rondar-te a alma, imita os girassóis e busca respirar o ar puro, acima das circunstâncias desagradáveis.
Quando as dificuldades e os problemas se fizerem insuportáveis, tentando sufocar-te a disposição para a luta, lembra-te dos girassóis e busca a Luz Divina através da oração sincera.
Redação do Momento Espírita utilizando pensamentos finais extraídos do texto do Momento Espírita Na barca do coração, disponível no CD Momento Espírita, v. 3, ed. Fep.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 5, ed. Fep.
Em 09.03.2009.

OI Jesus, eu sou o Zé...

Oi, Jesus, Eu Sou o Zé

Cada dia, ao meio dia, um pobre velho entrava na igreja e, poucos minutos depois, saía. Um dia, o sacristão lhe perguntou o que fazia, pois havia objetos de valor na igreja.

Venho rezar, respondeu o velho.

Mas é estranho, disse o sacristão, que você consiga rezar tão depressa.

Bem, retrucou o velho, eu não sei rezar aquelas orações compridas. Mas todo dia, ao meio dia, eu entro na igreja e falo: "Oi, Jesus, eu sou o Zé, vim Lhe visitar".

Num minuto, já estou de saída. É só uma oraçãozinha, mas tenho certeza que Ele me ouve.

Alguns dias depois, Zé sofreu um acidente e foi internado num hospital. Na enfermaria, passou a exercer grande influência sobre todos.

Os doentes mais tristes tornaram-se alegres e, naquele ambiente onde antes só se ouviam lamentos, agora muitos risos passaram a ser ouvidos.

Um dia, a freira responsável pela enfermaria aproximou-se do Zé e comentou: os outros doentes dizem que você está sempre tão alegre, Zé...

O pobre enfermo respondeu prontamente: é verdade, irmã. Estou sempre muito alegre! E digo-lhe que é por causa daquela visita que recebo todos os dias. Ela me faz imensamente feliz.

A irmã ficou intrigada. Já tinha notado que a cadeira encostada na cama do Zé estava sempre vazia. Aquele velho era um solitário, sem ninguém.

Quem o visita? E a que horas? Perguntou-lhe.

Bem, irmã, todos os dias, ao meio dia, ele vem ficar ao pé da cama por alguns minutos, talvez segundos... Quando olho para Ele, Ele sorri e me diz: "Oi, Zé, eu sou Jesus, vim te visitar".

A história é singela e seu autor é desconhecido.

No entanto, o ensinamento que contém nos faz refletir profundamente.

Fala-nos da fé, da simplicidade, da dedicação e da perseverança.

Quem de nós dispõe, como o Zé, diariamente, de alguns minutos para falar com Jesus?

Muitos ainda confundimos a oração com um amontoado de palavras que vão saindo da boca, destituídas de sentimento e de humildade.

Quantos de nós temos tal perseverança, tanto nas horas de alegria quanto nas de dor, para elevar o pensamento a Jesus, confiando-lhe a nossa intimidade, com a certeza de que ele nos ouvirá?

A oração é uma ponte que se distende da alma opressa para que o alívio possa chegar.

"É o fio misterioso, que nos coloca em comunhão com as esferas divinas."

"É um bálsamo que cura nossas chagas interiores."

"É um templo, em cuja doce intimidade encontraremos paz e refúgio".

Enfim, "para as sombras da nossa alma, a oração será sempre libertadora alvorada, repleta de renovação e luz."

É importante que cultivemos a fé inabalável nas soberanas leis que regem a vida e das quais o Sublime Galileu nos trouxe notícias.

É preciso orar, ainda que a nossa oração seja singela, mas que seja movida pelo sentimento.

...............

"Orando, chegarás ao Senhor, que te deu, na prece, um meio seguro de comunicação com a infinita bondade de Deus, em cujo seio dessedentarás o espírito aflito..."
 

Autor:
Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita

Divulgando

quarta-feira, 6 de junho de 2012

UNIÃO ESPÍRITA ANDRÉ LUIZ - CAMPO GRANDE/MS: CASO DE OBSESSÃO INFANTIL

UNIÃO ESPÍRITA ANDRÉ LUIZ - CAMPO GRANDE/MS: CASO DE OBSESSÃO INFANTIL: L. D. M., menina de seis anos, compareceu com a mãe à Sociedade Espírita "Joanna de Ângelis". Esta informou que a filha era hiperativa, ...

CASO DE OBSESSÃO INFANTIL


L. D. M., menina de seis anos, compareceu com a mãe à Sociedade Espírita "Joanna de Ângelis". Esta informou que a filha era hiperativa, com um gênio muito difícil e que, inclusive, dizia não gostar da própria mãe. À noite, desde muito pequena, gritava, chorava,mas, de dia, não se lembrava de nada. Ultimamente, porém, L.D.M. passou a dizer que via junto à sua cama uma mulher muito feia, a lhe dar ordens, até mesmo falando que deveria infernizar a vida dos pais, em especial, a da mãe, pois que esta era muito má. A menina contou o fato ao pai e este à esposa. De início procuraram uma psicóloga, porém, houve pouca melhora. Em meio a vários conselhos de parentes e amigos, resolveram procurar um centro espírita, porque em certos momentos a filha parecia uma pessoa adulta nas atitudes agressivas em relação à mãe e, em outros, era carinhosa e agia como uma criança de sua idade. Ali estavam as duas buscando ajuda. Após as orientações habituais e necessárias à situação, a mãe se comprometeu a seguir o tratamento espiritual para a menina, o que realmente aconteceu, havendo, logo depois, a aquiescência e comparecimento do pai. Os nomes foram encaminhados para a reunião de desobsessão. O espírito se comunicou. Era uma mulher que dizia se vingar da mãe da criança, porque esta lhe tomara o amante, em existência anterior, e agora ainda estava com ele, como marido e pai da menina. Resolveu, então, que, para sua vingança, deveria castigar a mãe através da filha. Foi esclarecido ao espírito comunicante que a sua atuação malévola não lhe traria de volta o ex-amante, pois ele amava muito à filha e, se tomasse conhecimento do que ela estava fazendo, passaria a odiá-la. Que o melhor para ela própria seria o de atuar pelo amor, pela dedicação ao bem, que com este procedimento conquistaria o respeito e a admiração do homem a quem amava. Também lhe foi mostrada a necessidade de procurar a sua felicidade pessoal, que à sua frente se abria um caminho novo, junto a entes queridos ao seu coração, aos quais não percebia, por ter a mente fixada na idéia da vingança e no empenho de reconquistar o amor de outrora. As argumentações tocaram as fibras mais sensíveis da mulher, que ali mesmo desistiu de seus propósitos, partindo para uma nova vida ao lado de espíritos que a amavam. A partir do tratamento espiritual, a menina teve uma notável transformação e o lar foi pacificado. (Suely C. Shubert, Mediunidade e Obsessão em crianças)

TERAPIAS PARA TRATAMENTO DE CRIANÇAS OBSSEDIADAS

TERAPIAS NA CASA ESPÍRITA
1.    Passes e água fluidificada
2.    Tratamento desobsessivo
3.    Orientação aos pais
4.    A  Escola de Evangelização Espírita Infantil / Mocidade Espírita
5.    A caridade
6.    O Livro Espírita Infanto-juvenil
7.    A Escola Espírita- Centro de Indução espiritual    



      TERAPIAS NO LAR
1.    O Culto do Evangelho no lar
2.    Conversa com o filho no momento do sono
3.    Diálogo Fraterno
4.    A criança e os pais no trabalho da caridade

COMPORTAMENTO DA CRIANÇA OBSEDIADA

                             
A ação dessas entidades inferiores se mostra de diferentes maneiras, desde as perturbações do sono, causando pesadelos que infundem o terror noturno, tanto quanto provocando inquietação, irritação, medo, agressividade, mudança de comportamento, depressão, tristeza, complexos diversos, perturbações de aprendizado, até suscitando idéias terríveis de maldades, suicídio, etc.  

Diante de um quadro destes, os pais mais previdentes logo encaminham os filhos para médicos e psicólogos, cujo valor desses profissionais reconhecemos, mas que no âmbito das patologias espirituais quase nada poderão fazer.
Ao longo dos anos, temos acompanhado muitos casos de obsessão na infância, como também de assédios de espíritos perseguidores provocando reações sofridas nas pequenas vítimas de hoje.
A palavra final deste capítulo é de Divaldo Franco, esclarecendo quanto à questão de processos obsessivos na infância, conforme registra o livro "Palavras de Luz". Ele afirma:
"A criança, portadora de uma problemática de tal natureza (a obsessão), deve receber passes na casa espírita em dia próprio, usar água fluidificada. Devem ser orientados os seus pais para melhor saberem conduzir-se junto à criança e como conduzi-la, a fim de minimizar-lhe a dor e libertá-la desta aflição que procede de vidas passadas.
Obsessões, obsessores, inimigos, violência em múltiplos níveis, desencontros, o caos das emoções, enfim, tudo o que é decorrência do mal e da ignorância decorre da ausência de amor. Por isto, crianças sofrem, adultos sofrem - espíritos em processo evolutivo. Fizemos opções desastrosas no uso de nosso livre-arbítrio e colhemos o que semeamos, pois a Lei Divina prescreve "a cada um segundo as suas obras".
Hoje, sabemos que o amor é, também, uma terapia. Que alcança o cerne da alma. Suas propriedades curativas estão à disposição de todos, como filhos de Deus, que nos criou no supremo Amor.

OBSESSÃO NA INFÂNCIA: POR QUE OCORRE?


Durante muito tempo, mesmo em nosso meio espírita, havia a idéia de que a criança não sofria atuações de obsessores, de que era cercada de defesas naturais, como, por exemplo, a presença de seu anjo guardião, ou espírito protetor. A prática, porém, mostrou outra realidade. Assim, muitos dos achaques, doenças e problemas apresentados na fase infantil, aos poucos, foram sendo identificados como presenças de espíritos perseguidores, evidenciando que processos obsessivos também atingem as crianças.
A respeito deste assunto, encontramos em "O Livro dos Espíritos" preciosas elucidações. Vejamos, por exemplo, a afirmação que se segue:
"Aliás, não é racional considerar-se a infância como um estado normal de inocência. Não se vêem crianças dotadas dos piores instintos, numa idade em que ainda nenhuma influência pode ter tido a educação? Algumas não há que parecem trazer do berço a astúcia a felonia, a perfídia, até o pendor para o roubo e para o assassínio, não obstante os bons exemplos que de todos os lados se lhes dão?
"Donde a precoce perversidade, senão da inferioridade do Espírito, uma vez que a educação em nada contribuiu para isso? As que se revelam viciosas, é porque seus Espíritos muito pouco hão progredido. Sofrem, então, por efeito desta falta de progresso, as conseqüências, não dos atos que praticam na infância, mas de suas existências anteriores". (Questão 199-1) (Allan Kardec, O livro dos Espíritos)
A visão do Espiritismo em relação à criança obsidiada é holística, pois que não a dissocia, na sua forma atual, do adulto de ontem quando contraiu o débito. Ensina que infantil é somente o corpo, já que o Espírito possui uma diferente idade cronológica, nada correspondente à da matéria. Além disso, propõe que se cuide não só da saúde imediata, mas sobretudo da disposição para toda uma existência saudável, que proporcionará uma reencarnação vitoriosa, o que equivale dizer, rica de experiências iluminativas e libertadoras. Adimos a terapia do amor dos pais e demais familiares envolvidos no drama que afeta a criança". (Trilhas da Libertação, Manoel P.de Miranda)

CRIANÇA



A criança não é uma tabula rasa, não é um adulto em miniatura, mas um espírito imortal, dono de um fantástico acervo de experiências decorrentes de suas encarnações anteriores.

Lições de Egoísmo.



Um dia, havia sido trazido um bolo à criança, e, como é geralmente o hábito, se lhe disse: "Tu o comerás se fores obediente;" primeira lição de gulodice.

Quantas vezes não chega a dizer, à mesa, a uma criança, que não comerá de tal gulodice se chorar. "Faze isto, faze aquilo, se lhe diz, e tu terás do creme" ou alguma outra coisa que possa lhe apetecer; e a criança é constrangida, não pela razão, mas tendo em vista satisfazer um desejo sensual que lhe incentivam.


É bem pior ainda quando se lhe diz, o que não é menos freqüente, que se dará sua parte a uma outra criança; aqui não é mais a gulodice só que está em jogo, é a inveja; a criança fará isso que lhe mandam, não só para ter aquilo que deseja, mas para que um outro não tenha. 


Quer se lhe dar uma lição de generosidade? diga-se-lhe: "dá esse fruto ou esse ou esse brinquedo a um tal." Se ela recusa, não deixam de acrescentar, para simular nela um bom sentimento: "Eu te darei um outro;



Assim a criança só decide a ser generosa senão quando está certa de nada perder.

Paulo Neto

O médium Curador PAULO NETO, estará atendendo domingo as 14:30 na UNIÃO ESPÍRITA ANDRÉ LUIZ, as pessoas que quiserem ser atendidas, favor chegar com antecedencia.

terça-feira, 29 de maio de 2012

LEI DA DESTRUIÇÃO

Introdução:

Embora nos custe compreendê-lo, a destruição também se constituí lei da natureza, cumprindo um sábio desígnio providencial.

Sabemos que a vida orgânica é indispensável à evolução dos seres, e daí haver Deus estabelecido as leis de reprodução e de conservação com o fim de, por meio delas, assegurar o desenvolvimento do princípio inteligente que neles se elabora.

A Lei de destruição é por assim dizer, o complemento do processo evolutivo, visto ser preciso morrer para renascer e passar por milhares de metamorfoses, animando formas corporais gradativamente mais aperfeiçoadas, e é desse modo que, paralelamente, os seres vão passando por estados de consciência cada vez mais lúcidos, até atingir, na espécie humana, o reinado da Razão.

Destarte, em última análise, podemos dizer, com base no livro "A Gênese", que: "preciso é que tudo se destrua para renascer e se regenerar. Porque, o que chamais destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos."

A parte essencial dos seres – lembram os luminares da espiritualidade - não é o envoltório físico, mas o elemento anímico que o impulsiona, elemento esse que, sendo também imortal nos animais, retorna ao palco da vida terrena para a continuação de sua jornada progressiva, como ocorre com todas as criaturas de Deus.


Ä Destruição necessária e destruição abusiva:

"A destruição recíproca dos seres vivos é dentre as leis da Natureza, uma das que, à primeira vista, menos parecem conciliar-se com a bondade de Deus. Pergunta-se por que lhes criou Ele a necessidade de mutuamente se destruírem, para se alimentarem uns à custa dos outros.

Para aquele que enxerga apenas a matéria, que limita sua visão à vida presente, isto parece, com efeito, uma imperfeição na obra divina. É que em geral, os homens julgam a perfeição de Deus pelo seu ponto de vista; sua própria opinião é a medida de sua sabedoria, e pensam que Deus não poderia fazer melhor do que eles próprios o fazem. Com sua visão limitada, não lhes permite julgar o conjunto, não compreendem que, de um mal aparente, pode resultar um bem real. O conhecimento do princípio espiritual, considerado em sua verdadeira essência, e da grande lei de unidade, que constitui a harmonia da Criação, é o único que pode dar ao homem a chave desse mistério, e mostrar-lhe a sabedoria providencial e a harmonia, precisamente onde não via senão uma anomalia (s. f. Irregularidade; anormalidade; aberração; monstruosidade. (Do gr. anomalia.) e uma contradição.

Uma primeira utilidade, que se apresenta, desta destruição, utilidade puramente física, é verdade – é esta: os corpos orgânicos não se mantêm senão por meio de matérias orgânicas, sendo estas matérias as únicas que contêm os elementos nutritivos necessários à sua transformação. Como os corpos, instrumentos da ação do princípio inteligente, têm necessidade de ser incessantemente renovados, a Providência os faz servir para sua manutenção mútua; é por esse motivo que o corpo se nutre do corpo, mas o Espírito não é nem destruído, nem alterado; apenas se despoja de seu envoltório.

Há, além disso, considerações morais de ordem elevada.

É necessário a luta para o desenvolvimento do Espírito. Na luta é que ele exercita suas faculdades. O que ataca em busca do alimento e o que defende para conservar a vida usam da habilidade e inteligência, aumentando, em conseqüência, suas forças intelectuais. Um dos dois sucumbe; mas, em realidade, que foi o que o mais forte ou mais destro tirou ao mais fraco? A veste de carne, nada mais; ulteriormente (ulterior - adj. 2 gên. Que está, chega ou sucede depois; situado além; posterior; futuro. (Do lat. ulteriore.), o Espírito, que não morreu, tomará outra.

"Nos seres inferiores da criação, naqueles a quem ainda falta o senso moral, em os quais a inteligência ainda não substitui o instinto, a luta não pode ter por móvel senão a satisfação de uma necessidade material. Ora, uma das mais imperiosas dessas necessidades é a da alimentação. Eles, pois, lutam unicamente para viver, isto é, para fazer ou defender uma presa, visto que nenhum móvel mais elevado os poderia estimular. É nesse primeiro período que a alma se elabora e ensaia para a vida.

Sob outro prisma, ao se destruírem uns aos outros, pela necessidade de se alimentarem, os seres infra-humanos (infra - pref. Termo que significa abaixo, na parte inferior.) mantêm o equilíbrio na reprodução, impedindo-a de tornar-se excessiva, contribuindo, ainda, com seus despojos, para uma infinidade de aplicações úteis á Humanidade.

Restringindo o exame desta questão apenas ao procedimento do homem, que é o que mais nos interessa, aprendemos com a Doutrina Espírita que a matança de animais, bárbara sem dúvida, foi, é e será por mais algum tempo necessária aqui na Terra, devido às suas grosseiras condições de existência. À medida, porém, que os terrícolas (adj. e s. 2 gên. Diz-se da pessoa ou animal que habita na terra.) se depurem, sobrepondo o espírito à matéria, o uso de alimentação carnívora será cada vez menor, até desaparecer definitivamente, qual se verifica nos mundos mais adiantados que o nosso.

Aprendemos, mais, que em seu estado atual o homem só é escusado (da responsabilidade) dessa destruição na medida em que tenha de prover ao seu sustento e garantir a sua segurança. Fora disso, quando, por exemplo, se empenha em caçadas pelo simples prazer de destruir, ou em esportes mortíferos, como as touradas, o "tiro aos pombos", etc., terá que prestar contas a Deus por esse abuso, que revela, aliás, predominância dos maus instintos.

O temor da morte é um efeito da sabedoria da Providência e uma conseqüência do instinto de conservação comum a todos os viventes.

Assim é que, nos povos primitivos, o futuro é uma vaga intuição, mais tarde tornada simples esperança e, finalmente, uma certeza apenas atenuada por secreto apego à vida corporal.

À proporção que o homem compreende melhor a vida futura, o temor da morte diminui; uma vez esclarecida a sua missão terrena, aguarda-lhe o fim, calma, resignada e serenamente.

"Para libertar-se do temor da morte é mister (obs. lê-se mistér - s. m. urgente; necessário; aquilo que é forçoso. (Do lat. ministeriu.) poder encara-la sob o seu verdadeiro ponto de vista, isto é, ter penetrado pelo pensamento no mundo espiritual, fazendo dele uma idéia tão exata quanto possível, o que denota da parte do Espírito encarnado um tal ou qual desenvolvimento e aptidão para desprender-se da matéria.

No Espírito atrasado a vida material prevalece sobre a espiritual. Apegando-se às aparências, o homem não distingue a vida além do corpo, esteja embora na alma a vida real; aniquilado aquele, tudo se lhe afigura perdido, desesperado.

O temor da morte decorre, portanto, da noção insuficiente da vida futura, embora denote também a necessidade de viver e o receio da destruição total, igualmente o estimula secreto anseio pela sobrevivência da alma, velado pela incerteza.

Esse temor decresce, à proporção que a certeza aumenta, e desaparece quando esta é completa.


Ä Flagelos destruidores - Guerras:

Os flagelos destruidores são de dois tipos: os naturais e os provocados pelos homens. Na primeira linha dos flagelos destruidores, naturais e independentes do homem, devem ser colocados a peste, a fome, as inundações, as intempéries fatais às produções da terra. Não tem, porém, o homem encontrado na Ciência, nas obras de arte, no aperfeiçoamento da agricultura, nos afolhamentos (afolhar - v. tr. dir. Dividir (o terreno) em folhas ou porções, para alternar as culturas) e nas irrigações, no estudo das condições higiênicas, meios de impedir, ou, quando menos, de atenuar muitos desastres? Que não fará o homem pelo seu bem-estar material quando souber aliar o sentimento de verdadeira caridade para com os seus semelhantes?

Os flagelos destruidores, por um outro lado, proporcionam condições para que a humanidade possa progredir mais depressa.

O homem é levado à guerra pela predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e também, pelo transbordamento das paixões.

A providência torna necessária a guerra objetivando a liberdade e o progresso.

Quanto à Humanidade, sua história não é mais que um longo martirológio (s. m. Lista dos mártires com a narração de seu martírio. (Do gr. martyr+logos.) Através dos tempos, por cima dos séculos, rola a triste melopéia (s. f. Peça musical com que se acompanha uma recitação; toada; forma de declamação agradável ao ouvido. (Do gr. melopoeia.) dos sofrimentos humanos.

A dor segue todos os nossos passos; espreita-nos em todas as voltas do caminho. E diante desta esfinge que o fita com o seu olhar estranho, o homem faz a eterna pergunta: Por que existe a dor?

Fundamentalmente considerada, a dor é uma lei de equilíbrio e educação.

Neste sentido, os flagelos destruidores são permitidos por Deus para que a Humanidade possa "progredir mais depressa". Aliás, a palavra flagelo geralmente é interpretada como algo prejudicial, quando, na realidade, representa o meio pelo qual as transformações necessárias ao progresso humano se realizam mais rapidamente.

É bem verdade que existem outros processos, menos rigorosos, para fazerem os homens progredir e Deus os emprega todos os dias, pois deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do mal. O homem, porém, não se aproveita desses meios. Necessário, portanto, que se faça sentir a sua fraqueza, vindo ele a responder pelo seu orgulho.

E com o abatimento do orgulho a Humanidade se transforma, como já se transformou noutras épocas, e cada transformação se assinala por uma crise que é, para o gênero humano, o que são, para os indivíduos, as crises de crescimento. Aquelas se tornam, muitas vezes, penosas, dolorosas, e arrebatam consigo as gerações e as instituições, mas são sempre seguidas de uma fase de progresso material e moral.

Quando os flagelos naturais, tais como cataclismos (s. m. Revolução geológica que modifica a superfície da terra. (Do gr. kataklysmos.), enchentes, fome, epidemias de doenças e de pragas em plantações, a seca, os terremotos e maremotos, as erupções vulcânicas, os tornados, ciclones, etc., se abatem sobre a humanidade, muitos se revoltam contra Deus, perdendo oportunidades valiosas de compreender o significado de tais acontecimentos.

A Lei de Causa e Efeito exerce sua influência inelutável (adj. 2 gên. Que não se pode evitar; contra que não se pode lutar; irresistível; invencível. (Do lat. ineluctabile.) não só sobre os homens, individualmente, como também sobre os grupos sociais.

Assim, por exemplo, quando uma família, nação ou raça busca algo que lhe traga maiores satisfações, esforça-se por melhorar suas condições de vida ou adota medidas que visem a acelerar o seu desenvolvimento, sem prejudicar ou fazer mal a outrem, está contribuindo, de alguma forma, para a evolução da Humanidade, e isto é bom. Receberá, então, novas e mais amplas oportunidades de trabalho e progresso, conduzindo os elementos que a constituem a níveis cada vez mais elevados.

Se, porém, procede ao contrário, mais cedo ou mais tarde sofrerá a perda de tudo aquilo que adquiriu injustamente, em circunstâncias mais ou menos trágicas e aflitivas, segundo o grau de malícia e crueldade que lhe tenha caracterizado as ações.

É assim que, mais tarde, em outras existências planetárias, são chamados a expiações coletivas ou individuais, sob a forma de flagelos destruidores.

Acontece, porém, que muitos flagelos resultam da imprevidência do homem. À medida que adquire conhecimentos e experiência, ele os vai podendo conjurar, isto é, prevenir, se lhes sabe pesquisar as causas. Contudo, entre os males que afligem a Humanidade, alguns há de caráter geral, que estão nos decretos da Providência e dos quais cada indivíduo recebe, mais ou menos, o contragolpe. A esses nada pode o homem opor, a não ser a submissão à vontade de Deus. Esses mesmos males, entretanto, ele muitas vezes os agrava pela sua negligência.

Enfrentado esses flagelos naturais (aqueles que independem de sua vontade), o homem é impulsionado por força da necessidade, a buscar soluções para se libertar do mal que o ataca. É por isso que a dor torna-se um processo, um meio de equilíbrio e educação, como assinalamos acima.

Mesmo as guerras, que nada mais representam do que a "a predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e transbordamento de paixões, geram a liberdade e o progresso da Humanidade".

Deus permite que haja a guerra e todas as suas funestas conseqüências, para que o homem, ao contacto com a dor, se liberte, por um lado, do seu passado de erros, e burile, por outro, as tendências más que ainda o fazem manter-se em atraso moral.


Ä Expressões de Crueldade:

O que impele o homem à guerra é a "predominância das paixões. No estado de barbárie, os povos um só direito conhecem - o do mais forte. Por isso é que, para tais povos, o estado de guerra é um estado normal. À medida que o homem progride, menos freqüente se torna a guerra, porque ele evita as causas, fazendo-a com humildade, quando a sente necessária".

O homem não tem culpa dos assassínios praticados durante a guerra, quando constrangido pela força; mas é culpado das crueldades que comete, sendo-lhe também levado em conta o sentimento de humanidade com que proceda.

O sentimento de crueldade é o instinto de destruição no que tem de pior, porquanto, se, algumas vezes, a destruição constitui uma necessidade, com a crueldade jamais se dá o mesmo. Ela resulta sempre de uma natureza má.


Ä Os Espólios da guerra:

Espólio – (s. m. Bens que ficam por morte de alguém; esbulho; despojo; espoliação. (Do lat. spoliu.)

"Porque é necessário que sucedam escândalos; mas aí daquele homem por quem venha o escândalo!"(Jesus – MT.18:7).

O pensamento do Celeste Amigo, retratado no texto epigrafado (epigrafar - v. tr. pred. e tr. dir. Pôr epígrafe em; intitular; inscrever; escrever como epígrafe.), prossegue sendo alvo para acuradas (adj. Feitas com grande cuidado e apuro; esmeradas.) meditações, sempre que se evidencia o problema do escândalo do mundo.

A ação que incita a guerra, por exemplo, assumindo sua expressão de crime contra a humanidade, é daquelas situações enormemente escandalosas, sem qualquer dúvida.

Não obstante possamos identificar escândalos de todos os tipos e em diversos níveis, aquele que a beligerância (s. f. Qualidade ou estado de beligerante. Beligerante: adj. 2 gên. Que está em guerra; que faz guerra. (Do lat. belligerante.) guerreira faz explodir é dos mais hediondos sobre a face do planeta.

Todos os esforços deverão ser empreendidos pelos seres humanos, para extinguir-se, em definitivo, a hidra (s. f. (mit.) ref. À Hidra de Lerna: Serpente de sete cabeças, morta por Hércules; (Do lat. hydra.) de goela esfomeada da guerra, seja por meio da diplomacia, que, hoje em dia, abençoa os entendimentos por meio do diálogo, seja através da educação popular, quando se fará ver às criaturas todos os inconvenientes de tais atrocidades, seja em razão do que for, numa fase em que a Humanidade deve exercitar a razão com todos os seus múltiplos componentes, trabalhando na esfera da paz.

As escolas, os templos, os lares, as empresas, laborarão para a paz, e, para isso, todas as baterias de providências estarão voltadas para a educação do indivíduo, de cujo cerne provêm todos os delitos, se ele está enfermo, tanto quanto advêm todas as luzes, à proporção em que avança para maior equilíbrio.

Ao pensar-se na guerra de extermínio, imagina-se que tudo estará concluído e solucionados os seus problemas, quando sejam assinados os tratados de tréguas nos pomposos gabinetes. Poucos dão-se conta dos desdobramentos da famigerada experiência, durante e após a sua ocorrência, sem cogitar-se dos tormentos que a antecedem.

Não morrem somente os que tombam nos campos de batalhas, ou os que são devorados por explosões grotescas de quaisquer tipos. Esfacelam-se, também, na pirambeira (s. f. (bras. do leste) Depressão do terreno; desbarrancado; despenhadeiro.) da morte, um número ilimitado de pais e de mães, que recebem objetos de uso pessoal e condecorações ou salários de ácidos dos seus filhos desaparecidos. Morrem esposas vencidas pela saudade e pela solidão, após receberem as documentações que honorificam (honorificar - v. tr. dir. Dar honras a; honrar; agraciar. (Do lat. honorificare.) seus companheiros desencarnados. Morrem na frustração ou na revolta, na mágoa ou no desejo de vingança contra a sociedade, multidões de filhos relegados à orfandade, tendo os nomes dos seus genitores glorificados no altar enregelado dos mausoléus dos heróis, que as pátrias lhes constroem, como se isto resolvesse o drama das dores morais insanáveis nos seres marcados pela guerra.

Quantos mutilados físicos passam a ostentar as deformidades que o endoidecido empreendimento lhes causou?

Quantos mutilados mentais, macerados (1. adj. Que sofreu maceração; mortificado.) por neuroses e psicoses de variada monta, agitam-se nos lares e nas ruas, espreitados (s. f. Vigiados; espionados.) pela definitiva loucura, raiando para os estados de danosa violência e de crimes hediondos, ou, ainda, para os chavascais (s. m. Terreno improdutivo, de má qualidade; bosque de espinheiros e outras plantas silvestres; (fig.) lugar imundo; pocilga; chiqueiro. (De chavasco.) do vício e do infortúnio?

Ao pensarmos sobre a mostruosidade que a guerra representa, apareça onde aparecer, apoiada no motivo que for, reflitamos nas mais amplas conseqüências dessa tragédia para a humanidade inteira

Não foi por acaso que o imbatível Herói da sepultura vazia conclamou-nos à paz, chegando a afirmar que os mansos herdariam a Terra e que os pacíficos seriam chamados filhos de Deus...

É certo que aquele que tem necessidade de resgates difíceis, resgatará em dificuldades... É compreensível que, quem deve às leis da consciência, pagará o devido preço... Entanto, ninguém deverá tornar-se o braço voluntário da Divina Justiça, nesse particular.

O Criador da Vida tem maneiras e canais para fazer com que cada um retorne às linhas do equilíbrio indispensável, sem qualquer interferência danosa do irmão humano. Por isso assevera Jesus: "ai daquele homem por quem venha o escândalo!"

Envolvido nos teus afazeres, estudando, trabalhando, orientando ou realizando qualquer outra atividade, faze-te instrumento da paz, deixando que o suave ensino de Jesus Cristo ilumine a tua intimidade, a fim de que manifestando essa harmonia no teu coração, sejas, então, ponte de luz entre a Terra e os Céus, sem incentivar ou alimentar a guerra, nunca mais, mantendo-te sob o jugo do Senhor, que é formoso e que impulsiona à vida Feliz.


Ä Pena de Morte:

"Mancha a vida quem provoca a morte" (Sêneca).

A pena e morte já existia entre os povos primitivos e, originariamente, restringia-se à prática da vingança privada.

A família constituía a única unidade social e o pai, arvorando-se ((pop.) assumindo por deliberação própria (título ou encargo) (De árvore.) em guia e chefe absoluto, exercia ad libitum (loc. adv. À vontade, arbitrariamente. (Do lat.) o "direito" de punir os seus familiares, podendo ordenar a morte por qualquer motivo. Fora do ambiente familiar imperava pura e simplesmente o princípio da vindita (s. f. Vingança; represália; despique; castigo, punição legal. (Do lat. vindicta.) - Olho por olho, dente por dente. Se alguém era assassinado, os parentes da vítima se apressavam em tirar a vida de um parente do assassino. Estabelecia-se, então, um círculo vicioso. Novos homicídios. Novas represálias entre as famílias dos ofensores e dos ofendidos. A morte rondava os lares, ceifando vidas, solapando (v. tr. dir. escravizando; minando.) as bases do edifício social em formação. Procedimento de bárbaros, imprudente e pueril. Incapaz, de resto, de deter a marcha natural da Civilização, de vez que "o homem é um animal social" e não pode viver fora do seu elemento – a Sociedade.

As famílias primitivas foram-se aglomerando em clãs. Do conflito de interesses individuais nasceram as classes sociais e os clãs foram impelidos a arregimentar-se num organismo coletivo – a Nação. O meio nacional, no entanto, não podia prescindir de uma organização política como instrumento para a manutenção da ordem comunitária. Daí o surgimento de um novo elemento – o Estado, que mais não é senão "a própria nação encarada do ponto de vista de uma organização política".

Já não predominava o arbítrio dos chefes grupais, via de regra escolhidos entre os guerreiros ou sacerdotes. O Direito passou a reger as relações humanas, disciplinando preceitos de obediência e estatuindo a aplicação de penalidades.

Mas a pena de morte sobreviveu a todo esse processo evolutivo, no tempo e no espaço.

E foram vítimas do "assassínio legal" - Sócrates, Joana d’Arc, Giordano Bruno, Savanarola...

Sem falar no mais odiável de todos os assassínios: o de Jesus-Cristo.

O código de Hamurabi, promulgado por volta do ano 2000 antes de Cristo (o mais remoto documento legislativo de que se tem notícia), já consignava a pena de morte. Prescreviam-se também as Leis Assírias(1500 a. C) e o Código dos Hititas (meados do século XIV a.C). O código de Manu, datado provavelmente de 1300 ou 800 a.C., cominava a pena capital para as mulheres que não tivessem conduta virtuosa.

Sucederam-se séculos. Transcorreram milênios. Esboroaram-se (v. tr. dir. Reduziram-se a pó; desmoronam; desfizeram-se em pó. (De boroa.) impérios. Libertaram-se os povos oprimidos. Transfigurou-se o panorama geográfico de vastas regiões. As páginas da História encheram-se de eventos sensacionais: a Renascença, pugnando (discutindo acaloradamente; defendendo, sustentando. (Do lat. pugnare.) pelo aprimoramento das artes plásticas e das letras e pela libertação das tendências medievais; a Revolução Industrial, inaugurando a era da tecnologia; os enciclopedistas, procurando consolidar e disseminar a cultura; a Revolução Francesa, pregando Liberdade, Igualdade e Fraternidade; a desintegração do átomo; a Cibernética; a moderna cirurgia dos transplantes de órgãos; a conquista dos espaços cósmicos. Todo um movimento coletivo visando ao progresso e à implantação da Justiça integral.

Todavia, se atualmente há imenso progresso tecnológico e a Ciência a cada passo vem revelando maravilhas nunca dantes suspeitadas, o homem ainda vê pairar sobre a sua cabeça a "a espada de Dâmocles" (Dâmocles - cortesão familiar de Dionísio, o Velho, tirano de siracusa (início do século IV a. C.) Para fazê-lo avaliar a fragilidade do poder dos siracusanos, Dionísio cedeu-lhe seu lugar durante um dia. No meio do banquete que ele presidia, Dâmocles percebeu, suspensa sobre sua cabeça, uma espada presa unicamente por um fio de crina de cavalo. (emprega-se a imagem da "espada de Dâmocles" para designar um perigo permanente.) da penologia vigente aqui e alhures: a pena de morte.

Reza o artigo III da Declaração Universal dos Direitos Homem, proclamada pela ONU, em 10 de dezembro de1948: "todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança de sua pessoa".

Trata-se, é certo, apenas de uma recomendação, que não tem força de lei. Mas, se os legisladores e os líderes da Humanidade estivessem cônscios de suas responsabilidades e realmente integrados na Civilização de que tanto se orgulham, nem precisariam de recomendação alguma para assegurar a todos um direito natural – a vida.

Dia virá, contudo em que a pena de morte passará às calendas gregas (momento ou tempo nenhum – pois as calendas não existiam entre os gregos – obs. Calendas – subst. fem. plural (do latim calendae) – primeiro dia do mês romano. Os últimos dias do mês precedente eram designados por seus números antes das calendas).

Incontestavelmente desaparecerá – lê-se em "O Livro dos Espíritos", e a sua supressão assinalará um progresso da Humanidade. Quando os homens estiverem mais esclarecidos, a pena de morte será completamente abolida da Terra. Não mais precisarão os homens de ser julgados pelos homens. Refiro-me a uma época ainda muito distante de vós".

É pena que essa época esteja ainda muito longínqua. Porém a pena de morte será extinta pelos legisladores do futuro – disso não tenhamos dúvidas. Há de prevalecer a Lei de Deus: - Não matarás.

Segundo um velho princípio do Direito Romano, "o fim da pena é a emenda" – o que importa numa condenação da pena capital, de vez que ao criminoso executado não se lhe pode facultar a oportunidade de emendar-se.

- A pena de morte não se apóia em nenhum direito – diz Beccaria.

Em sua obra "Dos delitos e das penas", ensina o eminente criminalista e filósofo italiano:

"para que uma pena seja justa, deve ter apenas o grau de rigor bastante para desviar os homens do crime."

Convidado a pronunciar-se sobre a pena de morte respondeu categoricamente o renomado jurisconsulto brasileiro Clóvis Beviláqua:

"- Sou contra, pelo seu caráter definitivo e pela falibilidade dos julgamentos humanos. A História registra, lamentavelmente, um número considerável de erros judiciários."

Em 1927 foram eletrocutados nos Estados Unidos os emigrantes italianos Nicolau Sacco e Bartolomeu Vanzetti, acusados de assassínio e roubo. Antes da execução, um dos verdadeiros criminosos, Celestino Medeiros, confessou sua culpa e inocentou aqueles dois condenados, mas a "justiça" inflexível, não quis reformular a sentença. Mandou matar os três...

Muito tempo depois morria Carl Chessman numa câmara de gás da Penitenciária de San Quentin, Califórnia, sob a acusação de ser o terrível "bandido da luz vermelha". Posteriormente descobriu-se a verdade: o "bandido da luz vermelha" era o gangster Charles Terranova, conforme declaração de sua própria viúva.

Outro caso: na prisão do Distrito de Colúmbia, Charles Bernstein estava prestes a perder a vida na cadeira elétrica, quando chegou, esbaforido, um mensageiro com a ordem da comutação da pena em prisão perpétua. Teria morrido se o mensageiro houvesse se atrasado alguns minutos. Curioso é que, dois anos após, surgiram provas irrefutáveis de que Bernstein era inocente do crime que lhe fora imputado. Foi posto em liberdade.

Não é raro ouvir dizer que a pena de morte evita o crime, por causar pavor à pessoa que intenta praticá-lo.

Nada menos exato. Em quatro Estados norte-americanos que aboliram a pena de morte, decresceu o número de homicídios. O maior índice de crimes de morte ocorreu precisamente nos Estados em que prevalece a pena capital.

O certo é que, como observa Beccaria, a experiência de todos os séculos prova que o "assassínio legal" nunca deteve celerados no caminho da delinqüência.

Quem está com a razão é o Ministro da Justiça da Bélgica, que afirma:

- Chegamos à conclusão de que a melhor maneira de ensinar a respeitar a vida humana está em nos recusarmos a tirá-la em nome da lei.

Surgiu, com o Cristianismo, a aurora de uma nova era. Jesus veio ensinar e exemplificar a verdadeira Lei de Deus. Pregou o amor, o perdão e a tolerância. A partir de então, não mais se poderia admitir a lei do "olho por olho, dente por dente", que tinha a contrapor-se-lhe a nova lei do "Amai-vos uns aos outros". E quem ama é capaz de sacrificar a própria vida em benefício de outrem, porém jamais de matar o seu semelhante.

Matar criminosos não resolve: eles não morrem.

Seus corpos descerão à sepultura, mas eles, Espíritos imortais, seguiram vivos e ativos, pensando negativamente no ar que respiramos.

E muitos poderão voltar piores do que foram.

O problema da criminalidade alimenta-se do egoísmo social, da exacerbação (s. f. Ato ou efeito de exacerbar; irritação. (Do lat. exacerbatione.) dos conceitos materialistas de vida, da deseducação e do desamparo das multidões ignorantes e carentes, que se revoltam contra os desníveis da fortuna e os exemplos irresponsáveis de corrupção, exibicionismo e desperdício.

Sem que essas causas letais sejam removidas, será inútil e contraproducente o apelo a falsas soluções de violência punitiva, cujo efeito será apenas o agravamento das vinditas e o favorecimento a erros judiciais irreparáveis. Para quem não ama a vida que tem, e odeia os seus semelhantes, a ameaça de morte só faz aguçar-lhe a ferocidade e o desespero.

A função diretiva dos Governos, em todos os níveis de autoridade, não pode ser de implacáveis carrascos vingadores. Cabem-lhes, sim, as responsabilidades de prevenir e combater o crime, conter e recuperar os criminosos, minorar as carências sociais, provendo educação e assistência para todos.

Será ilusão infeliz e criminosa a instituição de um Estado homicida e uma Justiça assassina, para viabilizar a paz social através da crueldade e do desforço.

O "não matarás" continua sendo Lei Divina, cujo descumprimento trará sempre, inevitavelmente, as mais desastrosas conseqüências.

E não adianta matar o corpo de um Espírito imortal, que somente o amor legítimo e fraterno pode transformar para o bem, a felicidade e a paz.




Bibliografia:


Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos – Das Leis Morais – Parte Terceira, cap. VI – Lei de Destruição – perguntas 728 à 765.

Kardec, Allan – A Gênese – "O Bem e o Mal" item 20, 23 e 24. No item 9 "São Chegados os Tempos".

Kardec, Allan – Livro – O Céu e o Inferno – itens – 2, 3 e 4 - páginas 20, 21 e 22.

Calligaris, Rodolfo – As Leis Morais – A Lei de Destruição - páginas 91 e 92;

As Expiações Coletivas – Páginas de Espiritismo Cristão páginas 47 à 50.

Denis, Leon –O Problema do Ser, do Destino e da Dor – A Dor – perguntas 371, 372.

Revista – Reformador – FEB – julho, 1979 – página 12 "Pena de Morte" – I (Aureliano Alves Netto).

Revista – Reformador – FEB – agosto, 1979 – páginas 14, 15 – "Pena de Morte" – II (Aureliano Alves Netto).

Revista – Reformador – FEB – setembro, 1979 – página 12 – "Pena de Morte" – III (Aureliano Alves Netto).

Revista – Reformador – FEB – outubro, 1991 – páginas 06, 07, 08 e 09 (Juvanir Borges de Souza).

Apostila da Federação Espírita do Paraná – Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita – Programa I – Unidade III – subunidade 6 – Da Lei de Destruição.

Dicionário Brasileiro Globo Multimídia.

Grande Enciclopédia Larousse Cultural – vol. 6 e 8.